(titulo emprestado por Mestre Alves Redol, que um dia soube escrever história simples de uma flor, mas essa era história de crianças. Esta é muito mais séria. Tem cor.)
Passou por uma flor. Não sebe se a viu se a sentiu. Estava ali. Deixou-o passar. Mas estava ali, sabia-a ali, era o seu lugar. Não lhe sabia cor. Não a viu (sei-o agora, que escrevi,).
Depois, só depois, roubou-lhe o olhar, a sua cor. Seguiu-o e quis levá-la, levantando-a do chão. Olhou-o triste só com a cor. Queria tanto as cores daquela flor. Só lhe tinha jarra para lhe dar, mas aí só lhe sentia dor. Hesitou passos. Perdeu-se no andar. Ah, se ao menos a flor lhe emprestasse pelo menos o odor…
Mas o que ele queria era mesmo a cor. Era linda aquela cor, da sua flor. Por mais que andasse (não nos vamos a atrever e dizer, por mais que ele fugisse, não vá a flor saber e sentir-se triste), ia sempre ao lugar, onde longe da jarra, ali estava, amor-perfeito (nome que damos àquela flor). Sentou-se, fez-se laço e ali ficou até se transformar em flor (contam os antigos, que àquele sitio, por causa da cor, lhe deram nome de Vale Flor…)
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