07 abril 2005

mar sem cor

Inundo-me de brancos e de lágrimas,
secas,
e desenho-as,
uma a uma,
transparentes.
Crentes.
Multidão sem voz
que caminha,
Vão em silêncio,
sem medo,
mas,
cada uma sozinha.
Fossem elas todas,
Um,
não haveria branco nem negro,
e lágrimas,
eram outras,
de alegria...

5 comentários:

Fragmentos Betty Martins disse...

Olá Almaro

Agradeço a tua visita, Com ou sem palavras, torna a qualquer um dos meus "cantos" um "Olá" é um sorriso e um sorriso cobre todas as palavras.


"mar sem cor"
Inundo-me de brancos e de lágrimas,
secas,
e desenho-as,

Lindo poema...

Um beijo

PS: Eu vou voltar!

Vênus disse...

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

(Florbela Espanca)

Almaro, serão lágrimas de saudades, de procura, de palavra não dita quando se esperava...? Não importa...Se depois
das lágrimas vem a sensação de alma lavada... O desenho, mesmo triste tbm é belo...
BJS
NANE

almaro disse...

Nane: Não não é saudade, são lágrimas peregrinas de cada um que se comove com a morte de um homem, também ele peregrino. É uma espécie de revolta ou de paradoxo interior, assistir a toda este mar de humanidade a inclinar-se ao branco-de-paz e de não se aperceberem da força do seu grito silencioso, da sua incapacidade de serem (sermos) sempre UM e não permitir esta hipocrisia de nos deixarmos arrastar na intolerância e no desamor. Gostava que fossemos sempre UM, e não só no dia da morte do homem que “espalhava o branco na humanidade”. São essas as lágrimas que desenho uma a uma, não de saudade. São lágrimas de oração…

Vênus disse...

Almaro, neste caso...O melhor é o slêncio e a reflexão..
BJS
NANE

Dra. Laura Alho disse...

(silêncio)

Um beijo enorme *

não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...