20 abril 2005

revolta suave, porque não nos podemos zangar por coisa tão pouca

O "poeta" falou-me!
Autoritário!
Estava tão zangado que o ouvi mudo e fui cabisbaixo, olhar o mar e a imaginar no desenho, a melhor forma de pintar um caracol surrealista de formas cubistas, sem poema, só para o arreliar.Isto de se dar ouvidos a poetas surrealistas, é grave e perigoso e só se o deve fazer se estivermos preparados para não interrogar…
Eu não estou.
Aguente-se o poeta, com boina ou sem boina.
Eu Pinto, não escrevo.
O que me sai do olhar, não são palavras, nem rimas, é desenho.
Nem sempre tem cor, é verdade, mas tem todos os traços escondidos em mistério, (como um-vitral-de-uma-floresta-a-permitir-se-embalar-na-luz), (isto por exemplo, é desenho-directo-do-olhar, é, sem mais, uma emoção, um sentir-ilustrado)...
Que se afogue o poeta e o seu latim.
Aqui, deste lado sente-se com o olhar,...
Aqui, não há paramentos, nem regras, nem mesmo surrealistas...
Aqui há um vazio cheio de mim que corre qual rio, com margens pintadas de EMOÇÃO !
Aqui há um su-emocionista (*) que vezes pinta, outras desenha, outras ainda e muitas, imagina, nem que sejam palavras, mas é tudo olhar transformado com o SENTIR.
É TUDO TRANSFORMAÇÃO...

(*) Não encontro palavra, como seria de esperar quando se pretende resumir o que há para lá da emoção do sentir numa única palavra, mais a mais inexistente, mas se há surrealistas...

Nota: isto não é um manifesto, é um desabafo com metáforas mais ou menos disfarçadas que nunca atingirão o alvo, mas ficam escritas e não se fala mais no assunto...

3 comentários:

Vênus disse...

Almaro,
Assunto encerrado!
Poeta zangado...Mas nem tento adivinhar quem será o alvo, sempre erro nas minhas deduções...
BEIJOS

Dra. Laura Alho disse...

Estará o poeta tão embrenhado nas palavras que não consegue ver os desenhos-de-poesia surreais, su-emocionais?

Pois quando não há palavras, inventam-se.

Beijinho grande *

Anónimo disse...

gosto da palavra-retrata bem o pintor/poeta.
é como aqueles manjericos de grandes folhas...desde há muitos anos passaram a ser jeremicos...e é que não consigo dar-lhes outro nome!...
estás a desenhar cada vez melhor
beijos
nani

não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...