26 abril 2005

fado

Cavalguei, noite dentro,
nas cordas de uma guitarra,
que me cantava, baixinho,
o choro de uma cigarra.
Toco a guitarra, sozinho
uma saudade triste,
dos tempos
em que me viste,
misturado na cidade.
Não é fado,
nem, poesia
é um querer sem tamanho
de estar sempre a teu lado.
Toco a guitarra sozinho,
na noite escura,
ao luar,
choro, com ela, devagarinho,
um sonho alado,
a rezar.
Soubesse eu cantar,
e ia por todo lado,
tocar esta dor,
que se desenha no ar,
num abraço negro,
da minha capa
a chorar…

( saudades...não há saudades sem fado )

3 comentários:

Dra. Laura Alho disse...

A saudade já é um fa(r)do... umas vezes saudável, outras pesado.

Vou tocar viola contigo. Um dueto seria capaz de resultar...

Beijinho *

Unknown disse...

a saudade é aa saudade o fado, é o fado...juntaram-se os dois a esquina a tocar concertina, e acaba ou bêbado ou a chorar, gostei do poema

surpreendida disse...

Assim tocado, cantado,
trinado...
Em serenata feita
ao luar...
Falava um coração
magoado,
Da dor de seu triste
olhar...
Amor, saudade,
seu fado.
Oh capa negra,
esconde-lhe o penar...

não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...