Vi raposa que corria em nebelina a acordar o dia. Ponto de cor esbatido, ruivo-castanho em arrozal de verde-pantano. De que fugia o ponto, que se transformou só em cor, em movimentos de musica-de-olhares? ( em manhã de névoa, ponto de cor é quase água no deserto e fixa-se nos olhos, mesmo que fugindo).
De mim? Não, não de mim, que não me ia nesse vento (desculpem quem escreve, de se estar sempre a meter na história, que é só do seu olhar, mas atravessa momentos de inquietudes várias, e anda atento ás palavras, não vão elas escreverem-se de modos outros, e com já deram conta, mesmo nas explicações torna-se irritante).
Apenas ia com pressa a raposa, ou simplesmente apareceu para pintar o nevoeiro que escondia verdes-espiga de tons vários (imaginação de quem os já viu, com outras luzes, em outras manhãs, menos esbatidas de aguarelas).
Não há razão para complicar história simples, quando o estranho, o bizarro, que espantou o olhar, foi a raposa, a própria, que não é coisa comum, mesmo num arrozal em terras húmidas de rio.
11 junho 2004
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