26 junho 2004

no que me escrevo

Ando à volta de histórias do sentir, envolvido em emoções que se escondem na fantasia do Viver, como quem pinta um quadro sem o pensar e antevê cores na tinta que escorre em formas que se vivem sozinhas e encantam o olhar.
“são destinos”, penso. Destinos que se intersectam e que do ponto, do olhar, nasce “coisa-cor”, marcada, gravada no existir, sentida no Ver. A gota de cor, escorre, desce seiva, não chora, vive-se em reflexos. Não precisa de desenho, tal como a história, que se lhe pinta, não precisa de palavras.
“repito-me no que me conto e no que me escrevo”, penso, "no entanto tudo é novo, não há destinos que se repetem".
“como um poema”, penso, “só não sei as palavras que se me escrevem no Eu, porque afinal não são minhas, não são só minhas”, sublinho, “já não sou eu a história”, finalizo.“não sabes o que dizes”, digo-me sem pensar e respondo-me, ”só sei o que sinto, e o que me nasce no viver, tem cor mas não tem história a contar"...

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não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...